Perrengue de viagem no atacama

Virei o “Indiana Jones” no deserto do Atacama.

Ahh o Atacama. Uma das maravilhas da natureza e destino indispensável para os amantes de viagem. Essa semana voltamos ao Chile, desta vez com a história de Ricardo e Fernanda que buscavam uma viagem diferente e bem legal para curtir a lua de mel. Escolha essa encantadora que marcaria para sempre em suas vidas. E como marcou! Tanto que esta história sempre está presente no bate papo entre amigos. Ajuste o brilho da telinha, acomode-se e vamos lá…

“Fomos conhecer Pukara de Quitor, famoso sítio arqueológico, que serviu de base de proteção contra os invasores espanhóis, há mais de 700 anos.
Para chegar nessas ruínas, precisamos subir uma montanha por uns 40 minutos.
Lembrando que estar no Atacama significa já estar beeem alto, por volta de 2400m de altitude.

Imagina subir uma montanha? Falta o ar. Ah se falta rs
Por sorte o guia vai te levando na conversa, contando toda a história por trás deste local. Paramos muitas vezes para tirar fotos magníficas, pois o local é literalmente de tirar o fôlego. Ficamos um tempo lá em cima ainda, apreciando a vista e ouvindo mais e mais histórias, além de pequenas pausas para recuperar o fôlego e as energias.

Após chegarmos a parada final e aproveitado ao máximo a jornada o guia diz:
– Vamos descer?

Sim, lá vamos nós. Mais 40 minutinhos para descer e voltarmos para van.

Até ai, tudo bem. Chegamos no ponto de partida, aquela paradinha básica para beber uma água, ir ao banheiro e seguir a viagem.
Minha esposa foi ao banheiro, e lá reparou que estava sem aliança.
– “Não é possível!!! Como pode?” (fiquei questionando com ela)

De cara o desespero tomou conta. Imagina! Em nossa viagem de lua de mel, no quarto dia usando aquela linda aliança, que por sinal ainda foi presente de casamento do nosso querido padrinho.

É comum seus pés e mãos incharem e desincharem lá no Atacama. O tempo é muito seco, você está muito alto, e, dependendo da estação do ano, faz muito calor.
Acreditamos que possa ser isso que fez a aliança cair sem percebermos.

Nesse momento, minha esposa começou a ficar triste , nervosa e chorava bastante.
Foi ai que eu tive a ideia de ver as fotos da máquina. Vimos que, na subida, ela aparecia nas fotos com a aliança na mão. E nas fotos do topo também. Ufa! Tínhamos chance então. Ela perdeu a aliança em alguma parte do trajeto entre a descida desse morro até onde estava estacionada a van. (Uma luz de esperança começa a surgir rsrs).

Decidi : “Vou subir”. Aí, o pessoal da van já começou a fazer cara “torta” para mim. Mas ai eu completei: “subirei correndo , juro!”
Era questão de honra recuperar a aliança.

kkkkk Imagine como me faltou o ar? subindo a ladeira correndo literalmente! Nossa! foi horrível. Fui até o topo para de lá iniciar a procura. Nada por lá. Voltei descendo devagar olhando muito para todos os lados . Ainda perguntava para outras pessoas que estavam retornando, se alguém tinha visto a aliança. Recebi apenas respostar negativas.

Minhas esperanças estavam indo embora e nesse exato momento, em meio a descida, vejo algo brilhando no meio daquela terra/areia. Cara! Inacreditável! Fui até lá, no pontinho “luminoso” e como um arqueologista, cavei, limpei a região e la estava ela. Graças a Deus: a aliança! Para nossa sorte a aliança tinha um ponto de brilhante e esse ponto ficou exatamente para cima, no meio daquela terra/areia. E foi o que despertou a minha atenção. Parece que ela ganhou vida e mandou um sinal de SOS no meio do nada.

“Inacreditável!” Eu fiquei falando sozinho. O que foi pouco, ainda no meio da montanha comecei a gritar para minha esposa: “Eu achei! Achei sua aliança, amor!!!” Voltei correndo, todo feliz, nem me importando com o ar que me faltava rsrsrsrs.

Ao me aproximar da van, o clima estava tenso. As pessoas impacientes, cansadas, doidas para ir embora…. e minha esposa lá tadinha, ainda “encharcada” de lágrimas e achando que minhas cantorias de “achei, achei” não se passava de uma brincadeira.

Mas ao sacar a tão procurada aliança na hora o clima mudou! Todos bateram palmas! Ficamos super felizes. Ninguém mais reclamou do atraso, já que minha busca foi bem sucedida.

Final feliz para o meu “perrengue”. Sentei na van exausto mas anestesiado de alegrias em conseguir encontrar a aliança.

DICA: Em locais com altitudes, tome muito cuidado mesmo com a sua aliança. Você passa hidratante o tempo inteiro (super necessário) e cada corpo reage de um jeito com a altitude. Pode acontecer de você inchar e desinchar de tempos em tempos.

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